Uns chamam-lhe cebola, outros Allium Cepa. Seja qual for o nome que lhe atribuem, é um dos maravilhosos ingredientes base da nossa cozinha, porém, torna-se quase impossível dizer que não há cebola sem lágrimas.
Antes de se cortar uma cebola ela não tem cheiro, uma vez que a maior parte dos compostos que lhe dão o cheiro e o sabor são produzidos apenas quando a cortamos. A formação dos compostos responsáveis pelo cheiro e pelo sabor resultam da acção de uma enzima – aliinase. Nas células da cebola esta enzima está isolada em bolsas, mas quando cortamos os tecidos vegetais que a constituem, rompemos algumas células e as bolsas que contêm a enzima. Assim, esta enzima, aliinase, passa a estar em contacto com substâncias derivadas do aminoácido cisteína, transformando-o numa série de outras substâncias.
Este vegetal, para além destas substâncias, também liberta um composto responsável pelas lágrimas comuns de quem o corta. Este composto dissolve-se nos fluidos oculares e decompõe-se, produzindo ácidos. No entanto, a resposta de defesa do nosso organismo, de forma a proteger e a evitar danos nos olhos, é a produção de lágrimas. Estas irão dissolver e consequentemente remover esses ácidos.
Para evitar as lágrimas, existem alguns truques:
· Cortar a cebola debaixo de água corrente. O composto é solúvel em água e em contacto com ela, decompõe-se, não chegando aos olhos;
· Usar óculos de mergulho que vão impedir o contacto do gás com os olhos;
· Colocar a cebola no congelador uma hora antes de a cortar. O congelador tem por finalidade conservar, desta forma, lá se colocam os alimentos permitindo que os micróbios que os constituem fiquem “adormecidos”, diminuindo a sua actividade. Assim, a temperatura da cebola baixa significativamente e a actividade da enzima reduz-se, atenuando a libertação do composto responsável pelas lágrimas.
Bibliografia&Link
Bibliografia&Link
Guerreiro, Margarida; Mata, Paulina; "A cozinha é um laboratório";2009;Fonte da Palavra
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